quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Felicidade sem ilha deserta

Imaginem uma pessoa num bar, sozinho. Chega uma garota, com uma camiseta cheia de patrocínios e lhe oferece um convite de uma festa: Cara, essa festa vai mudar sua vida!. Pensando um pouco ele responde então que não vai, pois não quer que sua vida mude. A garota sai sem entender, nem quis entender, achou que ele estava tirando sarro da cara dela e saiu distribuindo seus convites festivo-revolucionários nas outras mesas.

A felicidade é uma conquista difícil, mas não impossível, nem tão distante da nossa realidade. O pensamento que deu origem à frase da garota me parece ser o seguinte: a felicidade é o oposto do que vivemos. Mais ou menos como aquele cara que ganha na loteria e larga TUDO e vai para uma ilha deserta ser feliz. Que horror! Se para ser feliz é preciso largar tudo, então nada do que fazemos é legal? Será que é tudo mesmo um desastre? Acho que não. Claro que nem todo mundo é feliz, mas também não é preciso largar tudo e mudar completamente para ser feliz.

Acho que a felicidade está muito mais em conseguirmos ser felizes do jeito que somos do que em mudar o nosso jeito. Ao tentarmos mudar o que nos parece errado, em nós e no mundo, claro, temos que nos adequar a quem somos e ao que temos. Se nossos anseios forem muito maiores que nossas possibilidades estamos fritos, não podemos entrar nessa de filminho bobo de Hollywood, em que basta querer muito que nossos sonhos se realizam. Mentira! Sermos milionários, dez centímetros mais altos ou viver sem termos que trabalhar não está ao nosso alcance. Ser feliz, sim, está.