Não poderia perder tal oportunidade. Eis que ligo a televisão para ver a última etapa da temporada de F1 – GP do Brasil - e no exato instante aparece Edson Arantes do Nascimento (Pelé, como intitulado em sua camiseta) com um troféu em suas mãos, indo em direção do hepta campeão Michael Schumacher. Que cena para ficar para a história, como a própria imprensa ressalva: o REI dos gramados com o REI das pistas. Não discordo, mas ao mesmo tempo não os idolatro, bem ao contrário, faria as seguintes perguntas se tivesse a chance. Para o Pelé: seria você realmente o rei que é dos gramados sem passes de Tostão e Gerson na copa de 70 ou até mesmo os dribles desconcertantes do grande garrincha na copa de 62? Já para o alemão questionaria: sem o carro vermelho; os engenheiros que dele cuida para você usar; ou ainda a imposição que lhe é auferida de piloto número um durante todos os anos de Ferrari, você ganharia os 7 campeonatos mundiais?
A resposta para as 2 pergunta para mim é a mesma: NÃO. Ambos possuem uma qualidade (ou defeito, depende do ponto de vista) em seus perfis, são OPORTUNISTAS. Estiveram no lugar certo, na hora certa e tudo mais certo que poderá haver, e sabem a partir daí fazer proveito da situação. Sei que possivelmente serei considerado um pessoa insana por fazer tal comentário sobre o ex-ministro (mas nunca ex-rei) Pelé. Até hoje quantos foram comparados a ele, porém sempre com os mesmo argumentos, por parte daqueles que o defende: são outros tempos, não tem como fazer uma avaliação, ele é o rei e pronto. Quase o mesmo vale para o Schumi quando comparada ao inestimável Ayrton Senna. Dizem os Schumacher maníacos que este possui todos os recordes possíveis da F1 (menos é claro do campeão mais novo, pertencente a Fernando Alonso), e “ele é o cara” ainda enfatizam. Que tristeza!
Não tenho nada contra eles, são profissionais e foram brilhantes. Porém, creio que há exagero quando são bajulados – quero dizer citados. Do Pelé pouco posso falar, pois apontou para o mundo quando eu sequer era nascido, porém do Schumacher, muito o vi correr e ganhar, com a ajuda tanto dos engenheiros, ou do próprio rubinho quando o deixou passar, pois ouviu um sussurro de Jean Todt no comunicador e o alemão “foi obrigado” a passar.
Pois então, tudo é uma questão de oportunismo, como eu disse não podia perder a oportunidade, assim como eles não perderam a deles!
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