segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

A Face Oculta do Orkut

O ano é 2133

- Mamãe, hoje tivemos aula sobre um tal de Orkut, será que esse negócio existiu mesmo?
- Existiu sim meu querido e hoje estamos nessa situação deplorável por causa dessa maldita invenção!
- Foi o que o professor disse... gravei a aula como de costume, a senhora não quer ouvir comigo?
- Põe pra tocar.


"- Olá turma. Hoje mostrarei a vocês o princípio da revolução, o começo do quase fim. Conforme vimos na semana passada, em meados do ano 2000 os computadores eram fundamentais na vida das pessoas daquela época. Mostrei-lhes os principais campos de aplicações daquelas máquinas infames mas, reservei o dia de hoje para falar-lhes exclusivamente da mais funesta invenção humana: o Orkut. Lembram-se bem da internet não é? Pois bem, o Orkut era um dentre os milhões de sites da internet.
- Mas o que tem demais em um site? O senhor não falou que os sites eram como livros e revistas eletrônicos, uma coisa assim?


- Sim Maria, foi mais ou menos o que disse, mas deixe que eu continue.
Além de servir como fonte de informações, como os tais livros e revistas eletrônicos que a Maria bem lembrou, a internet, além de outras coisas, também proporcionava interação entre as pessoas. Já citei os emails, chats, fórums e outros meios dessa interação. O Orkut surgiu como mais uma forma de comunicação entre as pessoas. Os usuários do serviço cadastravam-se no site e passavam a integrar comunidades com as quais se identificavam. Essas comunidades eram como associações onde os sócios, no caso os usuários, tinham um interesse comum. Por exemplo, podemos imaginar uma comunidade "Escola do Libertador" onde os alunos daqui poderiam se associar e então trocar idéias pertinentes a escola. Uma outra característica do Orkut era que cada um dos usuários tinha uma ligação explícita com seus amigos, reais ou virtuais. Assim, todos os usuários, e o próprio Orkut, sabiam quem era amigo de quem. Até aí nada de extraordinário. Podemos ver o Orkut como uma tentativa de simular no computador as relações sociais das pessoas.

- Mas esse não era o real interesse da Google, empresa que vimos na semana passada e que também mantinha o Orkut. Como disse, as pessoas se cadastravam no site. Esse cadastro, amplo, traçava o perfil de cada um dos usuários: o que veste, o que come, o que ouve, o que lê, sua religião, orientação sexual, etnia, profissão, formação acadêmica e outras inúmeras características. Além dessas informações, contidas no cadastro, o usuário interagia com os outros usuários expressando suas opiniões, idéias, crenças, enfim, mostrava-se comportamentalmente. Isso tudo, essa interação, era armazenada nos servidores da Google. Assim a Google, em mais ou menos uma década, acumulou, gratuitamente, um patrimônio valiosíssimo: sabia quem eram, como eram e como agiam as pessoas. Foi a maior pesquisa já realizada em todos os tempos e para isso foi desenvolvido o Orkut. Antes dele a Google tentou usar uma ferramenta de busca para traçar o perfil das pessoas, mas esta não foi suficiente.


- Certo professor, mas que tanto mal havia em deter esse, é... patrimônio?
- Meu caro João, aí é que está! Se você sabe construir uma máquina, mas não sabe como ela funciona de que ela te servirá?
- Para nada!


- Pois é, foi o mesmo que pensaram os projetistas de humanóides da Google. Eles detinham tecnologia capaz de construir os famigerados GOOGs mas ainda não eram capazes de simular perfeitamente o comportamento humano.
- Daí eles bolaram essa balela de Orkut...
- Isso mesmo Marcos, o Orkut foi a pedra fundamental para a construção daqueles malditos robôs. A gigantesca massa de informações coletada com o Orkut lhes proporcionou modelar o comportamento humano e embuti-lo em um pequeno chip de 1 centímetro quadrado. Cada GOOG trazia em seu crânio de adamantiun um desses chips.


- Desgraçados! Desculpe professor mas...
- Tudo bem Penélope, todos nós, sobreviventes, pensamos e devemos pensar assim...


- O resto da história vocês já sabem. Os GOOGs saíram do controle dos cientistas da Google e voltaram-se contra nós, humanos. E então vieram as guerras, as bombas, a destruição... Durante as intermináveis décadas que se passaram após a revolução GOOG fomos sendo aniquilados gradativamente. A raça humana estava por se extinguir até que no glorioso ano de 2113 um grupo de refugiados encontrou no antigo território iraquiano, engenhosamente escondido, um arsenal infinitamente mais poderoso que o do exército GOOG. Estávamos salvos. Em questão de meses os fantasmas metálicos foram dizimados. Pouco mais de cem mil pessoas sobreviveram ao massacre dos robôs e desde o fim dos conflitos lutam diariamente para reconstruir suas vidas e seu planeta.

(...)
Bem turma, esse era o recado de hoje, na terça nos encontramos novamente. Está na hora da saudação ao nosso libertador e hoje façamos com mais entusiasmo: “Viva Saddam! Viva Hussein! Viva Saddam Hussein!”


Lembrei desse texto que achei (sim..) no orkut tempo atrás devido a uns enforc..ops..acontecimentos q ocorreram por ae..hehe e parabéns pra você que foi corajoso de ler tudo isso ae!!