quarta-feira, 2 de abril de 2008

Músicas para meus ouvidos, por favor.

O assunto a ser tratado não diz respeito à dengue, mas também provém da cidade maravilhosa. Veio o início deste milênio e de brinde para as rádios e lares brasileiros ecoou um estilo musical nada conservador ou desprovido de censura que teve seu surgimento nas favelas do Rio de Janeiro, o funk. Historicamente, diz-se que o funk tem origem no rap, isso se tratando de Brasil, como um exemplo a crítica costuma citar Gabriel O Pensador (torço para que ele não saiba disso).

Então, concordo com aqueles que dizem que gosto musical não se põe em discussão, uma vez que é pessoal, mas daí um estilo musical moldar a cultura de um povo e criar uma imagem para aqueles que vêm de fora, já é outro assunto. Não que eu queira aqui também defender nosso nada desinibido país, uma vez que se tem (e se apresenta para o mundo afora) o carnaval brasileiro. Mas bem que se poderia, pelo menos, não piorar a situação.

Tento, mas não consigo extrair pelo menos um aspecto positivo dos tais funks. Possuem letras – além de incentivadoras a falta de pudor – insignificantes. Basta analisar a letra de músicas como Minha Égua Pocotó, Tchu Tchuca ou os hits do momento Piriguete e Créu – só o título das músicas já dizem tudo, sinto um misto de vergonha e repugnância.

Na semana passada surgiu a notícia que através da música Um Tapinha Não Dói, o Furacão 2000 foi indiciado e terá que pagar uma multa no valor de 500 mil reais. Hoje talvez eu entenda porque célebres figuras da MPB e do rock nacional, tais como Renato Russo, Cássia Eller ou até mesmo Tom Jobim entre outros, foram para a outra vida mais cedo. Talvez eles previssem este perfil indecoroso e destrutível da música brasileira.