Saiu na HSM Management (que apesar de ser uma revista para administradores, faz uma ótima cobertura no mundo dos negócios) que a fabricante de eletrônicos de consumo Videocon Industries, da Índia, fará uma proposta pela divisão de aparelhos celulares da Motorola, caso a companhia norte-americana decida vender o negócio. Motorola, que apesar de usar (e propagar) estratégia Seis Sigma, parece ir meio mal das pernas no momento.
Mas o que mais me interessa nesta história não é se a estratégia da Motorola foi bem ou mal sucedida, mas sim a postura da indústria indiana. Ainda semana passada foi anunciada a compra da Land Rover e Jaguar, ambas ex-grupo Ford, pela Tata, empresa automobilística também indiana.
Isso só nos permite afirmar que, apesar de como foi comentado por aqui semana passada que a Índia precisa mais-que-urgentemente de reformas -- idéia reforçada hoje no Financial Times --, o seu setor industrial não parou e continuou desenvolvendo tecnologia, o que é fundamental para o desenvolvimento econômico de um país. Qual empresa brasileira é desenvolvida tecnologicamente o suficiente para comprar um segmento da Motorola? Não vou citar o setor automobilístico brasileiro para não passar vergonha.
A China já começou suas compras há um tempo, sendo talvez a mais considerável delas, a compra de participações da IBM pela LeNovo que, ao que tudo parece, vai muito bem, obrigado.
Vale lembrar que me refiro a setores de média-alta e alta tecnologia, e não média-baixa e baixa como costumam ser as compras de empresas brasileiras.
E em se falando de países emergentes a pergunta que nos resta é: e o Brasil? A meu ver, a melhor resposta seria: até agora nada, mas parece (ênfase em *parece*) que aprendeu a lição.
| Via HSM
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Depois da China, a Índia.
Postado por Luis Henrique às 20:10
Marcadores: Economia, Economia Industrial, Notícias, Política
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