segunda-feira, 20 de agosto de 2007

O marketing que desumaniza

Texto adaptado da coluna de Paulo Santana do jornal Zero Hora de não sei quando - faz tempo - na verdade é Paulo Sant’ana apud Magda Tyska Rodrigues.

...

“Nós brasileiros, carecemos, sim, de oportunidades de trabalho, mas esbanjamos falta de respeito ao ser humano. Pense numa menina, de 15 ou 16 anos, cujo “trabalho” é ficar numa esquina movimentada, em cima de um caixote, segurando um banner de propaganda de imóveis. Deparamo-nos diariamente com essas cenas chocantes e ultrajantes.

O que é, senão ultrajante, ficar em cima de um caixote, em frente a uma sinaleira, segurando um banner? Às vezes o material “mercadológico” serve para esconder o rosto de quem o segura.

Algumas empresas chegam a vestir “trabalhadores” de palhaços. Literalmente. Inclusive com nariz vermelho. A cena em avenida movimentada, numa manha de sábado, foi de chorar. Esses trabalhadores, ao finalizarem sua tarefa-circo, talvez chorem mesmo – pela humilhação”

...

A matéria continua falando mal dos marqueteiros que promovem esses horrores, mas eu não considero que isso seja obra de marqueteiros “formados”, e que ninguém olha para aquelas propagandas ridículas é sabido. Mas o que realmente está em questão é a dignidade humana, no final, após clamar por mais dignidade, tudo recai na questão de sensatez. Eu adoro a sensatez.

Hoje vi um trabalhador-palhaço: alguém inventou que colocar um cara engraçado na porta da farmácia serve para chamar clientes, o que é de aspecto totalmente duvidoso, agora vestiram ele de palhaço, e piorou.