Muito se falou e comentou, tanto na blogosfera brasileira como na mídia internacional, sobre a absolvição do Renan, e mui certamente, procuraram evidenciar o descontentamento geral da nação. Todo e qualquer esforço meu empreendido nesse sentido será inócuo, sem sentido e sobretudo clichê. Trivial.
Se isso (a absolvição do Renan) fosse tudo, já era, com o perdão da redundância, demasiadamente muito. O pior de tudo é que não é.
Algumas horas depois, o senado se reúne para votar a prorrogação da CPMF (que já expliquei aqui o porquê do governo não querer abrir mão dela). Mas isso até que não é o problema. O problema é o cenário: a oposição querendo vingança pela derrota no caso Renan, e o governo e cia fazendo uso de manobras políticas (que chamá-las de vergonhosas seria elogio) protelando a votação para se aproveitar do cançasso da oposição. Vejam só a situação em que se encontra a política brasileira.
Uma vez, políticos eram, em linhas gerais, insituídos por nós, para nos representar e tomar decisões que visam manutenção e melhoria do país como um todo. Hoje, temos políticos atrelados a partidos e coligações, e esquecem totalmente a verdadeira razão de sê-los. Uma lástima!
Vejam que, em nenhum momento, foi-se discutido se a prorrogação ou não da CPMF trabalhava pró ou contra a economia ou para o sonhado desenvolvimento sustentável. O que tivemos foi o governo e sua base aliada defendendo a prorrogação com unhas e dentes e por isso, mas apenas por isso, a oposição defendendo o contrário. Uma discussão estritamente política e não econômica-monetária/financeira.
Sinceramente eu não sei o que é pior: A oposição querendo vingança por uma derrota que não deveria jamais acontecer, ou cada um defendo suas coligações sem o menor escrúpulo.
Alguns (pseudo-)entendidos ou aspirantes a, alegam que o problema do Brasil é que não há oposição. Ora, para início de conversa, não temos política, temos politicagem. Não se tendo política, não se tem governo, tem-se apenas defesa de interesses próprios. E, não se tendo governo, como poderia haver oposição?
Um coisa infelizmente é certa: enquanto reinar por aqui esse dualismo egocêntrico, pueril e medíocre, em que se votam para partidos e coligações e não para o Brasil, nossas perspectivas de mudanças para melhor passam de quase nulas para definitivamente, nulas (senão negativas).
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
Nem sequer um título
Assinar:
Comment Feed (RSS)
|