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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Meados de 2053

Durante um almoço em família:
- Vô, hoje terei aula de história geral, e a professora avisou na última aula que será sobre a crise financeira global de 2008.
- Ok, e o que eu tenho a ver com isso?
- Pois é, e o senhor viveu aquela época, certo vô?
- Sim e não quero falar do assunto, estamos no horário da refeição!
- Papai, não seja grosseiro com seu neto, ele tem apenas 13 anos e está te questionando algo.
- Está bem. Não gosto de falar do assunto porque foram dias difíceis, não somente o ano de 2008, mas os que se seguiram. Instituições e grandes corporações ruindo, milionários perdendo fortunas. Primeiro foram os bancos, logo em seguida foram as grandes marcas, até tudo virar pó.
- Era isso que iria te perguntar, a professora pediu para falarmos sobre nomes como Google, Coca-cola e Nike. O que essas marcas comerciavam vovô?
- Ah coitadas (só de lembrar abro um sorriso). Eram símbolos do modo de produção daquela época. Dominavam o mercado, ou melhor, o mundo. Era um filme lançado, lá tinha um merchandising da Coca-cola. Uma nova idéia surgia no ramo da tecnologia da informação, em questão de dias a Google comprava e era só um jogador de futebol com seus 15 anos ser vendido para a Europa a Nike já o retia como novo prodígio.
- Credo meu avô. O senhor falando assim até parece que o senhor vivia em um mundo escravizado, sem poder algum de manifestação ou disputa sócio-econômica. Eu ainda gostaria de viver podendo escolher o que...
- Acho que encerramos a conversa por aqui, o ônibus do governo já está aí na frente para te levar na escola. Boa aula!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Mercado Financeiro -- O que fazer?

Não são poucos os brasileiros que estão desesperados, perdendo muito mais que cabelos com as constantes quedas na bovespa. Muitos dos que resolveram investir sua poupança no mercado financeiro enquanto a economia vivia um momento de céu de brigadeiro, amarga consideráveis perdas com o mau momento da economia atualmente.

A situação é bastante complicada, a crise hipotecária americana que alguns juravam de pé junto que não afetaria a economia brasileira, tardou mas não falhou. E o pior é que a crise ainda não está resolvida, ou seja, previsão de bom tempo só alguns raros otimistas.

A pergunta que fica é: o que fazer em momentos como este? A verdade é -- e você já deve presumir isso -- não há uma resposta considerada correta/exata para essa questão. O que há porém, são alguns "pontos cardeais" pelos quais podemos nos orientar para evitar grandes perdas, ou perdas ainda maiores. Eis aí algumas:

1. Os blue chips são a maioria entre os 10 papeis que mais desvalorizaram ultimamente. Isso pode indicar um bom momento de compra, visto que a queda se deveu a fatores exógenos ao fundamentalismo, ou seja, não há nada de errado com os papéis.

2. Papéis de empresas do setores financeiros, mais especificamente bancos, que apesar do crédito fácil ser um atrativo para inadimplência, especialistas afirmam que está longe do tão temido subprime.

3. E há também aqueles que apostam na subida do dólar comprando papéis de empresas do setor exportador, o que é meio expeculação porque nada garante que o dólar irá subir. Nem o contrário, é claro.

Para encerrar, a Exame desta quinzena (N.º 923), divulgou a carteira de ações que o investidor deve montar para se proteger dos solavancos da bolsa na matéria "Como se proteger durante a crise", embora muitos investidores preferem não confiar nos analistas entrevistados pela Exame.

15% Petrobras
15% Vale
15% Vemig
10% CSN
10% Itausa
10% Bradesco
10% CCR
10% AES Tiete
5% Usiminas

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

[untitled | 23.01.08]

E continuando o assunto sobre mercado financeiro, linco aqui algumas matérias interessantes. Aqueles que se interessam pelo assunto, tomem nota (os que não, scroll down!):

O Valor fez um guia do que fazer em épocas de crise em meio a qual estamos passando. Matéria crucial para qualquer investidor estar por dentro do que os principais analistas de mercado pensam e recomendam. Além de falarem o básico, que é tempo de cautela, eles falam também que é tempo de cautela. Mas ainda assim é interessante. Take a peek.

Já o Rodrigo Constantino explicou por a-mais-bê o por quê da crise, é claro, em sua visão ortodoxa (versão escola austríaca). Apesar da minha pequena inclinação para a heterodoxia, não pude deixar de achar graça do muito bem humorado comentário sobre os adeptos de Keynes:

"Mais liquidez! [referindo-se ao pacote do Mr. Bush de US$150 bi anunciado na sexta-feira (18.01)] Só que essa medida artificial não iria alterar a realidade dos fatos. Os keynesianos nunca foram capazes de compreender direito isso. Acham que um sujeito consegue se suspender puxando o seu próprio suspensório."

Não sou adepto do tipo de vestir a camisa da escola austríaca e sair por aí dando brado liberais, mas concordo com um bocado de coisas que eles falam. Uma delas é o resultado trágico da expansão de crédito.

"Não há meio algum de se evitar o colapso final de uma expansão econômica gerada pela expansão do crédito. A alternativa é apenas se a crise deve chegar antes como o resultado de um abandono voluntário de mais expansão do crédito, ou depois como uma catástrofe final e total do sistema monetário envolvido."

E, para a infelicidade geral da nação, não preciso eu dizer que o Brasil está seguindo os mesmos passos da economia americana, é claro, em sua versão "subdesenvolvido/emergente", oferecendo créditos para Deus-e-o-mundo tudo em 76 vezes, com planos especiais para aposentados e pensionistas. As notícias/propagandas/boletins falam por si.

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mudando de assunto -- e talvez isso seja até assunto para outro post, mas vai neste mesmo, afinal estamos na iminência de uma recessão, não é mesmo? -- ontem estava lendo "Moacyr Scliar - O Texto, ou: a Vida", uma autobiografia que ganhei de presente de natal do prezado Michel, e da qual comentarei em breve quando tiver mais tempo (ou, assim espero), me deparo com um conto interessantíssimo.

"Os Contistas". é um conto sobre contistas e seus contos e do que são capazes de fazer para vender, divulgar, propagar seus contos. mas o que mais me chamou a atenção foi a incrível identificação de blogueiros com contistas (e/ou vice-versa). suas pluralidades, sua ganância, seu almejo de estar em evidência, enfim, se o conto se chamasse "os blogueiros", ainda assim, cairia como uma luva (não há em versão online. pelo menos foi o que o oráculo me disse). aliás, fica aí uma ótima idéia de paródia para os privilegiados com as letras. uma idéia CC. =)


// estou ficando sem criatividade para nomear meus posts. quem tiver sugestões e/ou dicas, raise your hand. =)

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terça-feira, 27 de novembro de 2007

Clipping

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E saiu hoje o relatório da ONU que classifica o Brasil como "alto desenvolvimento humano", ou seja, IDH maior ou igual 0,8. Só pra recapitular, IDH é aquele índice de desenvolvimento humano que calcula e riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros fatores para os diversos países do mundo.
Para termos estatísticos isso é bonito, representa um grande avanço, mas em termos práticos, a gente não vê muita mudança. Um dos problemas desse índice, é que ele não consegue captar a desiguladade social, ou seja, embora menos de 2% da população do Amapá tenha saneamento básico em contraste com os mais de 80% em São Paulo, essa discrepância não é captada pelo IDH.
Embora o Brasil tenha subido de qualificação, sua posição no ranking mundial caiu de 69ª para 70ª posição. Se comparado com os países do BRIC (Rússia, Índia e China -- os quatros responsáveis por cerca de 50% do crescimento mundial) o Brasil desta vez não aparece em último. Está apenas algumas posições atrás da Rússia (67ª) e na frente da China (81ª) e da Índia (128ª). Leia na íntegra aqui.

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Aí o Apedeuta, salafrário e pai de empresário aproveitou e saiu por aí dizendo que nunca na história deste país o IDH vai subir pacas até 2012. há-há. Façam suas opostas. Tô falando sério!

// leia também: a relação entre as maiores cargas tributárias do mundo e altos IDH's

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Outra notícia que pode ser considerada boa, por mais paradoxal que possa parecer, foi quebradeira geral na Bovespa na última segunda (26.11). Com ela, o Ibov voltou aos 58 mil pontos, um patamar, digamos, mais realista. Notícia excelente para quem conseguiu aproveitar a IPO da BM&F que começará a ser negociada na próxima sexta (30.11) na Bolsa de Valores de São Paulo. No entanto, a ordem ainda é "paciência". Apesar dessa queda abrupta, nada garante que não irá cair mais. O mais racional é ir com calma e investir naqueles ativos com maior confiança e evitar especulações. Leia-se, ações que se ajustaram e se aproximaram do seu valor real.

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E a lady Murphy não falha, foi só piorar um pouco o ambiente financeiro externo ainda devido à crise, diga-se de passagem, *interminável* dos subprimes estadunidenses e já tem gente dizendo que o tão sonhado e esperado "grau de investimento" não chega em terras tupinambás até 2008. Quem disse isso foi o diretor da agência de classificação de risco de crédito Fitch Ratings no Brasil, Rafael Guedes, que explica por amaisbê aqui.

// leia também: O Brasil e o "Grau de Investimento" e entenda o que de fato vai (ou não) mudar.

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Mas, falando em ambiente externo conturbado, foi só eu falar para o @graveheart (ou também GuraveHaato desu ka?) que não era uma boa hora para comprar dólar que a moeda americana disparou a subir. E ainda tem especialistas dizendo por aí que não há muitas perspectivas de quedas, devido principalmente à realização de lucros das multinacionais (que enviam seus dolares para suas matrizes) e também a aversão a risco por parte dos investidores estrangeiros. Essa aversão seria por causa das preocupações com a economia dos Estados Unidos e às notícias recentes no Brasil sobre a criação de um fundo soberano e a possibilidade de maior intervenção no câmbio. Falou outras coisas também.

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Resumo da ópera: Rapadura é doce, mas não é mole não.

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terça-feira, 20 de novembro de 2007

Clipping

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Na você s/a saiu uma matéria interessante sobre previdência privada (Futuro Milionário), uma área que tem crescido bastante ultimamente e que tem feito muitos bancos e fundos de investimentos rirem à toa. No entanto, a ênfase da matéria é mais sobre a diferenciação entre PGBL e VGBL (dois sistemas diferentes de capitalização para previdência) mostrando qual dos dois é mais vantajoso e em quais situações. Vale a pena dar uma conferida para quem estiver interessado em garantir um futuro melhor. E prometo em uma outra hora explicar melhor essas sopas de letrinhas.

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Enquanto isso na exame, uma breve reportagem falando sobre a maior empresa do mundo em valor de mercado: a PetroChina -- avaliada em 1 trilhão de dólares, algo totalmente incomensurável para nós, meros mortais. Mas o mais interessante na matéria é o quadro que traz as dez maiores empresas do mundo. Dentre as dez, além da maior, outras duas empresas são chinesas, contra quatro americanas. Dividem a terceira posição, com uma empresa cada, Rússia, Inglaterra e Brasil -- emplacando a Petrobrás na 10ª colocação. Outro dado interessante no quadro é a coluna "ramo de atuação". Cinco das dez maiores atuam na área de energia (curiosamente, uma de cada país, e mais curioso ainda, dos 5 países, quatro estão entre os 5 maiores em extensão territorial, que coisa não?). Outras duas atuam nas telecomunicações, e, com uma cada, software (Microsoft), financeiro e indústria.
Curioso também não ter aparecido nenhuma indiana nesse meio. Talvez porque a india experimenta um crescimento "falso". Na verdade o cresce por lá são as multinacionais por lá instaladas que se aproveitam da mão-de-bra super abundante e qualificada (ênfase no *e*) visto que a Índia tem um sistema educacional forte e pesados invesitmentos em P&D (seja por parte das empresas ou do governo). Desnecessário dizer que é um cenário totalmente diferente do que acontece por cá, em terras tupinambás. Mas ainda assim, temos uma brasileira entre as dez maiores e nenhuma indiana. Vai ver porque Deus é brasileiro.

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Ainda na Exame, uma lista de 5 ações que "prometem" bombar na bolsa de valores. "Prometem" porque com essa quebradeira geral, as ações desvalorizaram pacas e têm tudo para voltar com todo o vapor. Segue aí as tais:

Energias do Brasil (ENBR3)
Santos Brasil (STBR11)
Copel (CPLE6)
Globex (GLOB4)
Profarma (PFRM3)

Vale lembrar que é uma previsão da revista Exame e, como todas as outras previsões, não necessariamente implica em dizer que estas ações irão de fato subir. Fica a critério do investidor optar por tais ou não.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Informações aleatórias

Depois do sucesso da IPO da Bovespa Holding, que deixou os investidores rindo à toa, vem aí a BM&F prometendo muito também. A verdade é que a quantidade de empresas que estão abrindo capital vem crescendo assustadoramente, bem como a quantidade de pessoas físicas que estão começando a investir na bolsa -- saltou de 85 mil em 2002 para 245 mil em 2007.
Isso é bom para o país e bom para a economia como um todo. A democratização do mercado financeiro reflete a confiança e solidez da economia.
Mas estes números ainda são baixos, segundo estatísticas, apenas 3% dos brasileiro investem na bolsa, seja diretamente ou através de fundos de investimentos. Lá nos EUA, essa porcentagem chega a 50%.


E essa onda de abertura de capital não é só por aqui. Segundo especulações, o piloto inglês da McLaren Lewis Hamilton (aqule juvenil que perdeu o título de 2007 para o Kimi Räikkönen), teria recebido uma proposta de publicitários para criar a Hamilton S.A., empresa que será responsável pela imagem do esportista no mercado da propaganda. Para criação de tal, o jovem inglês de 22 anos receberia a bagatela de 72 milhões de euros e, ao se aposentar, analistas preveêm que Hamilton terá em conta algo em torno de 1 bilhão de euros, devido a valorização de sua imagem. Eu diria, uma aposentadoria tranqüila.

VIA: America Invest e Marca

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Uísque ou bolsa de valores?

E o estadão seguindo sua filosofia de pensar "inho", publicou hoje uma matéria um pouco controversa (what's new?).

"Uísques raros podem ser mais lucrativos que investir na bolsa"

A matéria comenta o lançamento do World Whisky Index, que traduzido mal e porcamente seria algo como Índice Mundial do Uísque (???), um site especializado em compra e venda de uísques raros e caros.
Segundo a matéria, o uísque pode ser um ativo altamente lucrativo para investidores que têm aversão a riscos. Para o fundador dessa balela, Michel Kappen, não há riscos de perder seu dinheiro investindo em uísque, garantindo estabilidade e uma taxa anual de retorno de 12%.

Tudo bem que o risco pode não existir, mas também pudera (!!!), a 12% anuais, nem o mais conservador dos conservadores consideraria uma proposta como esta. Qualquer fundo hedge hoje está rendendo quase o dobro disso aí. Fundos de investimentos considerados 'super conservadores' prometem em média de 20 a 24% anuais. Eu juro que não entendi a parte do "altamente lucrativo".

Mas, se ainda assim se simpatizar com a idéia de investir em uísque, ou estiver interessado naquele uísque de 1926, taí o link www.worldwhiskyindex.com.


VIA: estadinho

P.S.: Eu só espero que o AdSense não apele com tanto "uísque" no texto.
P.P.S.: Tudo bem que a matéria não era do estadão, mas da Reuters. Whatever, publicou, assinou em baixo.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Crise de crédito [coming soon]

Outrora eu fiz um breve comentário em um post passado que muito em breve o Brasil porderá cair na armadilha do crédito. Por que? Simples, basta sairmos hoje às ruas e verificar o quão fácil é conseguir créditos, e não me refiro aqui a quantidade exorbitante de financeiras e afins que multiplicam-se em cada esquina. Falo de outros empreendimentos que oferecem crédito fácil como atrativo para novos clientes com parcelas a perder de vista. Além das tradicionais financeiras e cooperativa de crédito, hoje qualquer rede de lojas, seja de roupas, eletro-eletrônicos ou até supermercados oferecem cartão de crédito a seus clientes. O grande problema vai ser quando os consumidores terão mais créditos do que podem pagar efetivamente, e, por isso, a inadimplência subir, gerando assim os créditos podres. E que, penso eu, não está muito distante de acontecer.
O que tem salvado o Brasil ultimamente de uma catástrofe é a tendência de queda dos juros que vem sofrendo cortes constantemente e tem facilitado o pagamento das dívidas, caso contrário a encrenca seria bem grande.
O presidente da General Motors do Brasil, Ray Young, já alertou em uma entravista ao Portal Exame: "O crédito farto para o financiamento de veículos, com prazos para pagamento de até sete anos, pode provocar uma crise financeira semelhante à que ocorre atualmente no mercado imobiliário norte-americano com as hipotecas de risco. 'Pode ser o nosso subprime'".
E isso que ele se refere apenas o setor automobilistico, mas infelizmente, não é apenas no setor automibilístico que está sobrando créditos. A saber, o mercado de cartão de crédito tem crescido assustadoramente. Somando isso à notícia que a maioria destes cartões vão para a classe C e D, é só ligar os pontos e a situação fica um pouco mais alarmante.
E não precisa ir muito a fundo para descobrir isso, é só acompanhar o noticiário que a gente percebe a bolha de crédito que está se formando e parece que ninguém está vendo. Eu só espero que quando decidirem fazer algo não seja tarde demais.