terça-feira, 27 de novembro de 2007

Clipping

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E saiu hoje o relatório da ONU que classifica o Brasil como "alto desenvolvimento humano", ou seja, IDH maior ou igual 0,8. Só pra recapitular, IDH é aquele índice de desenvolvimento humano que calcula e riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros fatores para os diversos países do mundo.
Para termos estatísticos isso é bonito, representa um grande avanço, mas em termos práticos, a gente não vê muita mudança. Um dos problemas desse índice, é que ele não consegue captar a desiguladade social, ou seja, embora menos de 2% da população do Amapá tenha saneamento básico em contraste com os mais de 80% em São Paulo, essa discrepância não é captada pelo IDH.
Embora o Brasil tenha subido de qualificação, sua posição no ranking mundial caiu de 69ª para 70ª posição. Se comparado com os países do BRIC (Rússia, Índia e China -- os quatros responsáveis por cerca de 50% do crescimento mundial) o Brasil desta vez não aparece em último. Está apenas algumas posições atrás da Rússia (67ª) e na frente da China (81ª) e da Índia (128ª). Leia na íntegra aqui.

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Aí o Apedeuta, salafrário e pai de empresário aproveitou e saiu por aí dizendo que nunca na história deste país o IDH vai subir pacas até 2012. há-há. Façam suas opostas. Tô falando sério!

// leia também: a relação entre as maiores cargas tributárias do mundo e altos IDH's

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Outra notícia que pode ser considerada boa, por mais paradoxal que possa parecer, foi quebradeira geral na Bovespa na última segunda (26.11). Com ela, o Ibov voltou aos 58 mil pontos, um patamar, digamos, mais realista. Notícia excelente para quem conseguiu aproveitar a IPO da BM&F que começará a ser negociada na próxima sexta (30.11) na Bolsa de Valores de São Paulo. No entanto, a ordem ainda é "paciência". Apesar dessa queda abrupta, nada garante que não irá cair mais. O mais racional é ir com calma e investir naqueles ativos com maior confiança e evitar especulações. Leia-se, ações que se ajustaram e se aproximaram do seu valor real.

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E a lady Murphy não falha, foi só piorar um pouco o ambiente financeiro externo ainda devido à crise, diga-se de passagem, *interminável* dos subprimes estadunidenses e já tem gente dizendo que o tão sonhado e esperado "grau de investimento" não chega em terras tupinambás até 2008. Quem disse isso foi o diretor da agência de classificação de risco de crédito Fitch Ratings no Brasil, Rafael Guedes, que explica por amaisbê aqui.

// leia também: O Brasil e o "Grau de Investimento" e entenda o que de fato vai (ou não) mudar.

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Mas, falando em ambiente externo conturbado, foi só eu falar para o @graveheart (ou também GuraveHaato desu ka?) que não era uma boa hora para comprar dólar que a moeda americana disparou a subir. E ainda tem especialistas dizendo por aí que não há muitas perspectivas de quedas, devido principalmente à realização de lucros das multinacionais (que enviam seus dolares para suas matrizes) e também a aversão a risco por parte dos investidores estrangeiros. Essa aversão seria por causa das preocupações com a economia dos Estados Unidos e às notícias recentes no Brasil sobre a criação de um fundo soberano e a possibilidade de maior intervenção no câmbio. Falou outras coisas também.

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Resumo da ópera: Rapadura é doce, mas não é mole não.

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