quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Populismo: o "anti-crescimento sustentável"

Foi veiculado nos principais jornais (só para nomear alguns: Agência Brasil e G1) no dia 20 de novembro (dia da consciência negra), sobre a entrega do primeiro Banco Comunitário Quilombola do Brasil às comunidades de Alcântara, no Maranhão. Com a inauguração do banco, a população terá acesso fácil ao crédito com juros de 0,5 a 2% ao mês, sem burocracia. A instituição também vai operar com uma moeda social chamada Guará, que terá o mesmo valor do real e vai ser feita pela Casa da Moeda. O banco vai contar com um fundo de R$ 50 mil, dos quais R$ 30 mil são do Banco Popular do Brasil e R$ 20 mil da Secretaria Estadual do Trabalho e Economia Solidária do Maranhão.

A idéia até que é bacana se não fosse alguns detalhes:
i) Enquanto o munda passa por uma era de globalização, onde todos querem aproveitar ao máximo uns aos outros, criando blocos econômicos, moedas únicas (já se comenta até em uma futura moeda única no Mercosul), qual é o sentido de criar uma moeda diferenciada para a comunidade quilombola?
ii) Mal começou e já apresenta fortes indícios de crise de crédito. Os juros, via de regra, são cobrados para, além de remunerar o capital, cobrir os gastos com os inadimplentes e afins. Sem burocracia, qualquer um pode chegar lá no banco e pedir dinheiro "emprestado". Somado isso à baixíssima taxa de juros, não precisa ser muito esperto para verificar a insustentabilidade do modelo.

E essa deve ter sido mais uma idéia do tipo elefante branco de nosso políticos, que estão mais preocupados com populismo do que com crescimento (de fato) sustentável. Uma pena.