terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Apagão de evolução

Não é porque foi prometido o apagão lá pros anos de 2011 [data um tanto longínqua e suspeita] que nas previsões de 2008 ele não deveria estar incluído.

Aqui na minha cidade, interior do interior gaúcho, já estamos acostumados com a falta de luz às tardes, quando acontece, acendemos o fogão com um palito de fósforo, aquentamos a água para o chimarrão, e ficamos mateando e contando o tempo até começar a circular o caminhão da empresa responsável pela rede elétrica [aqui moramos em casas com grama e jardim na frente]. Geralmente em duas horas está resolvido. O problema que se configura não importa, importa mesmo é que ele não deveria existir.

Se fosse para escrever um livro, diria que o passeio do caminhão, é um mero instrumento de análise do perfil do consumidor, com ordens superiores a cumprir e a ocultar os sujeitos ali nos observando não passam de calhordas sujos e sem família sorrindo contidamente. Até que o pessoal do pacato lugar um dia... Mas isso não é verdade. Retomando..

Faltou gás, água, faltou o que mesmo? Faltou o planejamento, por isso não desligo mais a televisão, nem abro mão do ar condicionado nas noites quentes, racionar energia para perpetuar o problema nunca mais. [Lembrar de ser mais sensato em algum momento neste mesmo lugar e horário]. Aumentos consecutivos dessas e daquelas taxas prometiam melhor eficiência na rede elétrica, mas as oscilações ainda são constantes, irritantes, tenha três ou mais estabilizadores de tensão em casa e fique pirado com os estalinhos. Geladeira e freezer chegam a pedir socorro.

E ainda tenho que ouvir que as soluções [veja bem, então temos o problema] serão tradicionais, no Brasil parece que nenhuma hora é a hora, a inovação não nos pertence, ajuda-se um setor com problemas momentâneos, perpetua-se o problema, mas as energias limpas e descentralizas que poderiam amenizar – e porque não acabar – com o problema, continuam em baixa. Deve haver alguma questão de concentração do poder, como sempre há.