terça-feira, 1 de janeiro de 2008

O futuro é agora e a melhor notícia de 2007

E a BBC Brasil publicou ontem uma reportagem comentando uma outra do LA Times que faz aquela velha piadinha de que o Brasil é a economia do futuro. A graça da piada, estava no fato de que o futuro nunca chega. Mas dessa vez, segundo LAT, o futuro chegou.

A reportagem é bem interessante (como você pode conferir aqui). Cita o crescimento da economia brasileira diante do "otimismo mundial" no ano de 2007 e ainda cita algumas empresas (como Embraer, Oderbrech, Petrobrás...) que merecem destaque por seu crescimento a nível mundial.

Mas nem só de boas novas vive o homem. A reportagem também menciona as necessidades que o Brasil tem para alcançarmos de fato o tão almejado crescimento sustentável, sendo a principal delas o investimento em infra-estrutura e, a não dependência das commodities ameaçadas com uma porventura quebra dos EUA. Implicitamente, um desenvolvimento técnico-científico.

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E é aí que entra a melhor notícia lida em 2007, que por ironia do destino, foi no "inho". Em um entrevista cedida pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, à Agência Estado, Miguel Jorge faz um discurso lindo de encher os olhos qualquer desenvolvimentista.

Separei alguns trechos que achei mais interessante:

Jorge defendeu que é preciso haver agregação de valor às exportações, pois apenas cerca de 30% delas são produtos de alta e média intensidade tecnológica. Mas foi enfático ao afirmar que nenhuma política industrial é capaz de reverter, em apenas dois ou três anos, déficits comerciais tradicionais, como o do setor elétrico e eletrônico no País. Tão pouco acabar com a diferença tecnológica que separa o Brasil dos países desenvolvidos, em vários setores.

Acreditamos que a política industrial contribuirá para o desenvolvimento do País e para uma maior e melhor inserção externa da economia brasileira. Um ponto absolutamente fundamental é que ela ajudará o setor produtivo para um salto de qualidade - necessário -, em direção à produção de bens e serviços de maior valor agregado e mais intensivos em tecnologia. Nesse sentido, as medidas para a política industrial têm algumas metas básicas.

Todos sabemos que nossas taxas de investimento ainda são muito baixas, comparadas às de outros países em desenvolvimento. Para que o crescimento seja sustentável no longo prazo, é fundamental o aumento dos investimentos, que traz o aumento da capacidade produtiva da economia, de modo geral, e da indústria, em particular.

Atualmente, a competitividade e a produtividade dos países e de suas empresas são fortemente determinadas pelo avanço tecnológico. A tecnologia explica, também, boa parte do crescimento econômico dos países. Por isso, precisamos ampliar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento e na produção de novas tecnologias.

Enfim, como eu disse antes, é um discurso muito bonito. Eu só anseio por ver tudo isso na prática. O dia em que o Brasil tiver uma política industrial digna de receber o nome de Política Industrial, certamente estaremos caminhando para um desenvolvimento sustentável sólido e uma economia mais estável. Para quem estiver a fim de ler a reportagem completa com a entrevista na íntegra, é só clicar aqui. Vale a pena.

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E a primeira notícia que leio hoje:

01/01/2008 - 09h14
Cresce temor de recessão nos EUA em 2008